Muitos profissionais da Arquitetura e Design de Interiores se perguntam se as redes sociais ajudam mesmo o cliente na busca de inspirações. Os argumentos contra são:
Pode haver muita desinformação. O conteúdo de sites e redes sociais pode ter informação equivocada ou incompleta, imagens que são feitas para agradar visualmente mas não funcionam na prática e até mesmo imagens feitas virtualmente que são impossíveis de executar (algumas vezes não respeitam nem as leis da física! rsrsrsrs).
Às vezes o bombardeio de informações disponíveis faz com que o cliente venha com uma pasta de referência com imagens desconexas. É comum o cliente que gosta do assunto apresentar um catálogo de imagens de referências que são impossíveis de seguir como referência conjuntamente num único projeto. Isso pode dificultar definir o estilo que realmente lhe agrada.
As referências que estão circulando na internet há muito tempo podem estar caindo em desuso. Quando uma solução está super popular em sites de referência não especializados, talvez ela já esteja em uso há muito tempo e prestes a cair em desuso, seja pelas novas tendências ou por substituição tecnológica.
Sinceramente, não acho que os pontos acima são problemas efetivos. Eu adoro o cliente que vem com uma pasta do Pinterest ou do Instagram: normalmente é alguém empolgado e que gosta de arquitetura e decoração! Como é que eu não vou gostar?! rsrsrsrs. Acredito que o meu papel é fazer um briefing muito bem feito para entender exatamente o que esse cliente procura, limpar referências que não fazem sentido para ele, apresentar soluções que realmente atendam a planta da casa ou apartamento bem como a rotina dos moradores. É meu papel ter as informações corretas para desmistificar algumas referências ou corrigir equívocos que podem ter sido causados pelo material trazido das redes. Também preciso estar constantemente atualizada para trazer o que há de mais recente em tendências, de modo que o projeto as antecipe e com isso permaneça atualizado por mais tempo.
O briefing é fundamental para um bom projeto e ele deve demorar tanto quanto for necessário! Sempre peço que meus clientes tenham uma boa disponibilidade de tempo para essa reunião se estender... e passa num piscar de olhos! Para saber exatamente se estamos alinhados, é necessário o uso de imagens e palavras. As imagens ilustram o que as palavras podem estar descrevendo, pois às vezes o cliente não tem o termo técnico correto para o que gosta ou porque às vezes o que ele vê de referência na imagem é algo específico e diferente do que eu acho interessante na mesma imagem. Assim, as palavras direcionam o olhar sobre aquilo que se pretende ter como referência nas imagens. Não basta olharmos a foto de uma sala bonita e entender que o cliente gosta dela. O que especificamente ele gosta quando olha essa imagem? Ou seja, a chave sempre está no diálogo, por isso valorizo tanto essa troca entre as expectativas do cliente e minha visão profissional do que é melhor para ele. Assim, caminhamos juntos de forma com que o resultado fique tecnicamente impecável e lhe atenda perfeitamente em seu gosto e suas necessidades.
Érica Marina Carvalho de Lima
Arquiteta, Designer de Interiores e Light Designer